Irmão presenciou morte de baleada na cabeça em casa fuzilada em Costa Barros: 'Só vê nos filmes', diz sobrinha

  • 27/10/2025
(Foto: Reprodução)
Dois moradores de Costa Barros morrem em tiroteio entre facções rivais "A gente só vê essas coisas nos filmes”, disse, ainda abalada, Ana Paula Valentim, sobrinha de Marli Macedo dos Santos, de 60 anos, morta a tiros dentro da própria casa, em Costa Barros, Zona Norte do Rio. A residência dela ficou no meio de um confronto entre facções rivais na manhã desta segunda-feira (27). Segundo a Polícia Militar, a troca de tiros começou quando traficantes do Complexo do Chapadão, ligados ao Comando Vermelho, tentaram invadir a Pedreira, território controlado pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Na fuga, um dos criminosos — armado com dois fuzis — entrou na Comunidade da Quitanda, parte do Complexo da Pedreira, e se escondeu dentro da casa de Marli, onde ela morava com o irmão. Costa Barros tem noite de tiroteio e mortes de moradores Quando foi descoberto por rivais, começou uma intensa troca de tiros. O irmão viu Marli ser baleada na cabeça e a segurou em seus braços. Ela ainda foi levada para o hospital, mas não resistiu. Casa fuzilada e explosão Casa de Marli Macedo dos Santos Reprodução A casa foi fuzilada e granadas chegaram a explodir dentro do imóvel. As marcas ficaram pelas paredes. “Não temos como sair da comunidade. Vai sair pra onde? Temos que continuar lá e orar pra que ninguém mais seja vítima”, desabafou a sobrinha Ana Paula. 'A gente acha que nunca vai acontecer com a nossa família' Em meio ao luto, Rosângela dos Santos Teixeira, outra sobrinha de Marli, descreveu a dor da família e como era a a tia. “A minha tia era mãe, amiga, uma pessoa maravilhosa. A gente acha que nunca vai ser na nossa família. Vê na televisão e pensa que é longe, mas tá na nossa porta.” Marli foi levada ao Hospital Albert Schweitzer, mas chegou sem vida. Ela deixou três filhos e três netos. Outra vítima: trabalhador morto ao sair de um pagode Marli Macedo dos Santos e Elison Nascimento Vasconcelos Reprodução/TV Globo Durante o mesmo confronto, Elisson Vasconcelos, de 33 anos, foi baleado no peito ao sair de um pagode e morreu no local. “Meu filho não tinha envolvimento com nada. Meu filho trabalhava em dois lugares. Na empresa e, no dia de folga, ele trabalhava de mototáxi. Está uma guerra incessante”, disse o pai, Edson Vasconcelos Brum, emocionado. Escolas e UPA fecharam A violência paralisou a região. Segundo a prefeitura, 22 escolas e 3 unidades de saúde não abriram nesta segunda. Na UPA de Costa Barros, funcionários chegaram a se abrigar na sala de raio-X. O local foi invadido por traficantes justamente no dia da reabertura, após quase um mês fechado pela violência. "Tudo o que os profissionais de saúde querem é paz pra trabalhar”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. O comandante do 41º BPM (Irajá), tenente-coronel Leandro Maia, disse que a área é de difícil patrulhamento: “É uma desordem muito grande, um problema urbanístico. Tem locais em que não conseguimos entrar com carro. E eles atiram a esmo, acertam moradores.” Violência em alta Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram o aumento da violência em Costa Barros. O número de baleados atendidos pela UPA, de janeiro a setembro deste ano, é quase o dobro do que os atendimentos dos 12 meses de 2024 e quase triplo de 2023. 2023: 28 2024: 43 2025 (até setembro): 78 O aumento dos tiroteios reflete a rotina de medo na comunidade. “É uma guerra que saiu do controle do próprio Estado”, resumiu Edson, pai de Elisson.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/10/27/irmao-presenciou-morte-de-baleada-na-cabeca-dentro-de-casa-que-ficou-crivada-de-balas-so-ve-essas-coisas-nos-filmes-diz-sobrinha.ghtml


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